Revitalização da cotonicultura avança no Sertão Central

O Ceará vem retomando o plantio de algodão em decorrência de investimentos em tecnologia e manejo. Em comparação com 2020, quando foram plantados 2.919 hectares, a área cultivada de algodão neste ano cresceu 11% e chegou a 3.260 hectares. Entre os municípios cearenses com maior expressividade na produção estão Ibicuitinga (130 ha), Quixeramobim (120 ha) e Mombaça (100 ha). As três cidades pertencem à macrorregião do Sertão Central, que será a próxima parada do Move Ceará pelas macrorregiões do estado.

Nos anos 1980, antes da praga do bicudo, o Ceará mantinha um status na produção algodoeira diferenciado, chegando a plantar cerca de 1,2 milhão de hectares. Por isso o Estado chegou a ser o maior produtor do Nordeste e o terceiro maior do Brasil. Especificamente no Sertão Central, o percentual de área colhida de algodão alcançou 36% em relação a toda a área colhida no Estado em 2019, de acordo com dados do Ipece.

O território do Sertão Central abrange uma área de 15.678,4 km² e é formado pelos municípios de Banabuiú, Choró, Quixadá, Quixeramobim, Deputado Irapuan Pinheiro, Ibaretama, Ibicuitinga, Milhã, Mombaça, Pedra Branca, Piquet Carneiro, Senador Pompeu e Solonópole. A população total corresponde a 374.160 habitantes, sendo que 43,83% deste total vivem em áreas rurais, ou seja, aproximadamente 164.000 habitantes, de acordo com levantamento feito pelo IBGE em 2020.

Em 2020, o município de Quixeramobim alcançou a produção de 160 hectares de área colhida de algodão herbáceo, enquanto Quixadá registrou 60 hectares no mesmo ano. Em Quixadá, de onde saía grande parte das plumas e do óleo comestível para o mercado nacional e o exterior até os anos 1980, ainda existem muitas usinas de beneficiamento aguardando o retorno da produção, que já foi considerada a maior riqueza agrícola da região. 

Praga do bicudo-do-algodoeiro dizimou lavouras na década de 1980

A cotonicultura foi praticamente extinta nos municípios da macrorregião do Sertão Central durante quase meio século. Isso aconteceu após o episódio da praga do bicudo-do-algodoeiro, que levou o estado a perder 1,2 milhão de hectares da cultura. Recentemente, porém, agricultores do sertão do Ceará estão retomando a produção de algodão no estado com ajuda de pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e governo estadual.

O Governo do Estado investiu R$ 1 milhão no projeto de revitalização da cotonicultura como atividade geradora de riqueza na região. Os plantios mais concentrados estão se iniciando por Quixadá, Quixeramobim e Senador Pompeu. A Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) também iniciará testes com um equipamento novo na colheita, o aspirador costal. A expectativa é que ele torne mais fácil e ágil retirar as plumas de fibra natural dos brotos do algodoeiro.

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